“Que o mundo não seja impenetrável”, disse Bell Machado, na abertura do Editando Sonhos
- projetoeditandoson
- 22 de fev. de 2021
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“Que o mundo não seja impenetrável”, disse Bell Machado, consultora em acessibilidade cultural, na abertura do Editando Sonhos
Evento foi marcado por poesia, música, palestra e público diversificado
O projeto Editando Sonhos iniciou suas atividades oficialmente na manhã desta segunda-feira (22/02), às 10h, com a live “Audiodescrição e cinema: Por uma tradução visual que respeite a linguagem da obra”. Bell Machado, referência em audiodescrição no Brasil, foi a palestrante do evento, que também contou com a presença de outros profissionais do campo da acessibilidade cultural.
Aberto pela mestre de cerimônias Desirée Nobre, o encontro teve a assessoria das intérpretes de libras Emanuelle Ressurreição e Aline Suzart. Em seguida, uma projeção da poesia Editando Sonhos, criada por Ednilson Sacramento, deu o tom da sensibilidade necessária para mundo da audiodescrição, causando emoção a todos os presentes. Depois foi a vez do músico Evangel Vale tocar com a sua voz, violão e poesia. Ele cantou a música A Paz, de Gilberto Gil, e logo após, a canção Belas, de sua própria autoria.
Na sequência, foram chamados os convidados para compor a mesa da abertura, o idealizador do projeto, Ednilson Sacramento, a professora da UNEB, assessora em acessibilidade artística e apoiadora da iniciativa, Sandra Rosa Farias, e a coordenadora de acessibilidade e diversidade na Secretaria de Cultura do Ceará Valéria Cordeiro.
“Queremos contribuir com a formação de novos profissionais, pois têm poucos, e também contribuir com a educação das produtoras de filmes, pois ainda falta conhecimento”, disse Sandra Rosa Farias. “À medida que os artistas, produtores e gestores entenderem o significado da acessibilidade, eles vão compreender que não é para poucos”, complementou Valéria Cordeiro. Já Ednilson Sacramento falou sobre a alegria da aprovação do projeto pela Lei Aldir Blanc, comentando sobre a premiação na Bahia que traz a memória do professor, poeta e ex-gestor Jorge Portugal.
A palestrante Bell Machado contribuiu com sua experiência apresentando o conceito de audiodescrição, contando também sobre como começou seu interesse no ramo. Graduada em Filosofia e Mestre em Multimeios pela Unicamp, com dissertação sobre audiodescrição no cinema, ela está entre os pioneiros em audiodescrição no Brasil.
Na palestra, Bell Machado apresentou obras cinematográficas, como o filme Esplendor (Naomi Kawase, 2018), sempre associando seu conhecimento filosófico com referências de autores diversos, mostrando que audiodescrição, cinema, arte, filosofia e poesia são dimensões interligadas e indissociáveis. “Vamos aqui tentar fazer com que o mundo não fique impenetrável. Vamos diluir o conhecimento, o nosso olhar e a nossa palavra”.
O público contou com a participação de pessoas de várias partes do Brasil, que interagiam nos comentários durante sua exibição no canal Editando Sonhos, no Youtube. “Bell é patrimônio da audiodescrição”, comentaram alguns espectadores que já acompanham o trabalho da audiodescritora.
A atividade marcou a estreia das ações da Jornada Formativa em Acessibilidade Audiovisual, que contará com outras atividades abertas ao público, que são as mesas-redondas e a mostra de filmes baianos acessíveis. Para quem se inscreveu nas oficinas da iniciativa, elas acontecem durante toda a semana, com diversas temáticas voltadas para o objetivo do projeto, que tem como proposta habilitar produtores culturais para desenvolvimento de produtos inclusivos.
A live pode ser acessada pelo canal Editando Sonhos no Youtube por meio do link:
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